Texto de Andréa Lúcia do Nascimento

Calaram-se os clarins,
desfizeram-se as máscaras.
Caboclos voltaram ao árduo trabalho do campo,
maracatus recolheram suas saias.
Alfaias foram guardadas,
lavaram a rua.
Apenas o sol, sobre as casas de Olinda
permanecem brilhando
Apenas as palmeiras continuam bailando
pacificamente nos montes.
Homens voltam à luta diária...
mas o coração guardará para sempre
o que foram dias de brilho, cor e sorrisos.
Dias de esquecer as tristezas...
Tempo de canto, de dança, de sonho...
Dias em que vimos desconhecidos, mascarados,
fantasias dos anônimos,
sob uma mesma ótica.
Tempo de paz em forma de frevo
num coro uníssono: "...quero cantar, a ti essa canção..."
E foi assim, mais um carnaval...
mas que não acabará na quarta-feira das cinzas
Ele permanecerá vivo,
enquanto houver uma única lembrança,
Enquanto um último folião...
Olhar o marco zero,
passear pelas ladeiras
e seus olhos se encherem de esperança
de que mais um ano de folia
será necessário...
Para que seu coração continue a bater!
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